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Antes de ter amado um animal, parte da nossa alma permanece desacordada.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Crise econômica na Europa, mercado interno forte, passagens aéreas em alta, interesse maior pela música da América Latina e da África, diversidade da música brasileira - que não permite uma fácil identificação. 


Esses foram alguns fatores levantados pelos debatedores da mesa Exportando a Música Brasileira, na sexta-feira (06), durante a Semana Internacional de Música, em São Paulo, que mostraram que o desafio de alcançar uma carreira internacional tornou-se árduo.

Os participantes da mesa, David Mc Loughlin (BM&A/Brasil Music Exchange), André Bourgeois (Urban Jungle), Bruno Boulay (Bureau Export/Consulado Francês), Felippe Llerena (ventureBR), Diana Glusberg (Niceto Club, AR) e a mediadora Melina Hickson (Porto Musical, PE), pintaram um cenário de retração em relação ao encontrado, por exemplo, durante o Ano do Brasil na França, em 2005. Ainda assim, todos mostraram otimismo, como se confirmassem o jogo do investidor de comprar na baixa.

Mesa exportando a música brasileira, no SIM
"Muitos artistas que fazem sucesso no Brasil, quando chega no mercado internacional tem que começar do zero. Hoje é uma situação de crise, diferente de 2005", afirma Melina, que é produtora executiva de Siba e a Fuloresta.

Já Llerena lembrou que, em 95, quando participou do lançamento de Daúde no mercado internacional, os brasileiros que participavam das grandes feiras de música, como o Midem (Marché International du Disque et de l'Edition Musicale) atuavam praticamente como um "camelô", sem nenhuma referências em estandes e sem representação oficial do governo.

Boulay, peça chave justamente do Ano do Brasil na França, defendeu as parcerias público-privadas como forma de tangenciar a crise econômica que afetou o mundo em 2008 e da qual a Europa ainda tenta se reeguer. Para ele "nunca foi tão importante investir na exportação". "Há 20 anos, já era importante, mas a gente estava no físico. Hoje, o mercado é digital, mundial, ele atinge o mundo em questão de minutos", afirmou.

Bourgeois, produtor de Céu, que explodiu primeiro nos Estados Unidos e depois na Europa, já indicando uma nova configuração do mercado, defendeu também um modelo de produção de 360 graus. "É a mesma lógica que aplicamos aqui, precisa ter assessoria de imprensa, tocar em rádio. Mas a 12 horas de avião", defendeu ele, que também cuida de outros pesos pesados da MPB indie, como Lucas Santtana, Céu, Curumin e Otto. "Como você cria uma base de fãs? Você precisa montar uma rede de profissionais, como agente, divulgador", apontou. "No trabalho que eu faço a primeira pergunta é, tem mercado para gente? E a segunda é, se não tem, a gente consegue criar um mercado?", levantou.

Já Mc Loughlin mostrou-se o mais otimista e defendeu que o cenário está longe ser uma catástrofe. Ele citou que participação do Brasil nas feiras de músicas aumentaram. O irlandês radicado no Brasil afirmou também que dez músicos e projetos brasileiros aparecem no top cem do ranking de world music na Inglaterra.

Com música e seminários, a proposta da SIM foi trazer ao Brasil o formato do MaMA de Paris, além de referências de conferências internacionais de música como o South By Southwest (EUA) e The Great Escape (Reino Unido). Que tenha vida longa e ajude o mercado a se conhecer e se fortalecer.
*fonte: http://virgula.uol.com.br/